“Com água não se brinca”. Essa é uma frase repetida por pais conscientes aos filhos sempre que a família curte o lazer na beira de um lago, rio ou mar. E eles estão corretos, pois numa rápida distração uma criança pode se afogar. Esta fez parte de uma série de recomendações de segurança que os agentes ambientais da ação da Corumbá Concessões fizeram aos turistas que curtiam o lazer na beira do reservatório da UHE Corumbá IV, nos municípios goianos de Luziânia e Silvânia, no último sábado, 24 de agosto.
A ação faz parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) e acontece com frequência por terra e por água, com orientações e distribuição de um kit de material educativo sobre o que pode e o que não pode ser feito no reservatório e na área de preservação permanente (APP). Na ação, os agentes entregaram 70 kits e abordaram cerca de 120 pessoas.
Durante a abordagem, os turistas foram alertados no sentido de não acenderem fogueira na APP. Quando foi recebido pela equipe ambiental, Tiago Lima tinha acabado de acender duas fogueiras para queimar o lixo que encontrou ao montar a barraca, com “a intenção de limpar o local”.
“A nossa equipe advertiu o turista sobre o risco de o vento provocar fogo na mata, de proporções imprevisíveis. Informamos ainda que essa ação é proibida, conforme o Código Florestal, tendo ainda o agravante de estarmos na época seca do ano e com vento muito forte no local visitado”, explicou a analista ambiental da Corumbá Concessões, Luana Silva, que acompanhou a abordagem. “Eu não sabia que era proibido acender fogueira aqui”, disse Tiago, que se comprometeu a apagar o fogo.
Outro turista, Sérgio Ross, que tem um rancho nas proximidades da APP, estava pescando com molinete na área de segurança da usina (1000 metros acima e abaixo da barragem e 200 metros da captação de água) quando foi abordado pela equipe. Ele disse que sabia da proibição e se dispôs a pescar após a faixa delimitada. “É preciso que os frequentadores do lago de Corumbá IV saibam que é proibido nadar, pescar e navegar com qualquer tipo de embarcação nessa área de segurança, conforme determinação da administração da Usina (Corumbá Concessões), com base em Instruções Normativas do Ibama e da Marinha”, destacou a analista de meio ambiente. (Veja referências no quadro abaixo)
Caribe do Cerrado
“Sempre passo aqui o lazer de fim de semana e feriados, que eu e amigos chamamos de ´Caribe do Cerrado´. O lago e a vegetação são uma maravilha, uma dádiva de Deus, que temos que cuidar hoje para deixarmos do mesmo jeito para as próximas gerações”. O elogio foi feito por Leandro Mesquita Cavalcante, que se encontrava na região de Mato Grande, em Luziânia. Ele pediu orientações aos agentes ambientais sobre a colocação de placas sinalizadoras no local para educar turistas, no sentido de recolherem e levarem de volta para a cidade o lixo gerado; e proibição de fogueiras, entre outros avisos.
Adriano Geraldes e esposa, moradores em Anápolis e com casa próxima ao lago, pararam para curtir a beleza do lugar numa ilha do reservatório. “Nós navegamos todo o lago nos fins de semana. Isso aqui é maravilhoso, mas é uma pena que muitos não tenham a consciência de preservar a natureza e, em vez disso, acendem fogueira nesse tempo seco e de muito vento, e deixam lixo por onde passam”, reclamou.
Jesus de Freitas Severino, morador da cidade de Jataí de Goiás, a 480 km do local de lazer, em Silvânia, onde curtia o sábado de sol com amigos, se encantou com o lago de Corumbá IV, que visitava pela primeira vez. “Eu pretendo voltar mais vezes e estou planejando comprar um ranchinho aqui perto”, disse. Só um ponto negativo chamou a atenção de Jesus: O excesso de veículos na APP, um comportamento que está entre as proibições aos turistas, e que ele vê como uma questão de degradação da vegetação.
Para a analista ambiental, Luana Silva, o turista de Jataí de Goiás fez uma boa observação sobre os veículos estacionados na APP. “O reservatório é de uso múltiplo, mas o turista tem que respeitar os 100 metros de APP ao seu redor. Entre outras proibições, nessa área não é permitido estacionar carros; acender fogueiras, retirar solo ou material vegetal; e plantar ou revegetar com espécies nativas ou exóticas sem a devida autorização do órgão ambiental. ”