A tradicional Festa das Cavalhadas de Corumbá de Goiás, em sua 37ª edição, atraiu cerca de 40 mil pessoas do município e da região entre os dias 7 e 9 de setembro. Como em todos os anos, a festa acontece durante a comemoração do Dia de Nossa Senhora da Penha de França, no dia 8.
A abertura dos três dias das corridas foi marcada por apresentações de dança country, por alunas da Escola Municipal Benedito Fontes Leal; o grupo de mascaradas Emílias, com inspiração no Sítio do Pica Pau Amarelo; e as Pastorinhas de Pirenópolis, um auto natalino muito difundido no Nordeste, tipo opereta, que relata a anunciação do nascimento de Jesus. O grupo é composto por 12 meninas vestidas de azul, chamadas de Cordão Azul, e outras 12 de vermelho, o Cordão Vermelho, que são as mesmas cores das vestes dos soldados que encenam as batalhas entre mouros (vermelhos) e cristãos (azuis).
O evento foi organizado pela Associação das Cavalhadas (Asca), prefeitura e apoiadores e entrou para o calendário de eventos culturais do Estado, integrando o Circuito das Cavalhadas de Goiás, com a participação de 11 cidades. A Corumbá Concessões, gestora da UHE Corumbá IV, valoriza as tradições sociais e culturais dos municípios do entorno do reservatório e apoia as Cavalhadas.
História das Cavalhadas
O prefeito Célio Fleury participa das Cavalhadas com “muito entusiasmo”, desde os dez dias de jantares, que reúnem cerca de 800 pessoas por dia, antecedendo a festa propriamente dita. “A prefeitura vem apoiando com alegria esta que é a maior tradição folclórica e cultural em nosso município”. Segundo ele, a população passa o ano todo ansiosa e se preparando para a festa, até mesmo como mascarados, que invadem o local da encenação, durante os intervalos das corridas, para divertir o público.
Segundo o historiador Ramir Curado, as Cavalhadas foram trazidas para o Brasil no século XVI e foram implantadas em Corumbá de Goiás numa festa do Divino Espírito Santo, em 1752. Durante mais de 200 anos fizeram parte esporádica da festa de Pentecostes, mas passaram a ser apresentadas sem interrupção a partir de 1980, na festa da padroeira Nossa Senhora da Penha.
Os 24 cavaleiros encenam uma história por dia, entre elas o Desafio de Fogo/Prisão e Batismo, Sacrifício de Cabeça e Prova das Argolas. De um lado o rei, o embaixador e dez soldados mouros; do outro o rei, o embaixador e os dez soldados cristãos, que revivem as batalhas entre os dois exércitos pelo domínio da Península Ibérica (Portugal e Espanha). A banda centenária 13 de Maio apresenta toda a parte musical da festa, com Ramir Curado participando como bombardinista (instrumento de sopro chamado bombardino) e narrador da encenação, há 38 anos.
O rei mouro, Juca José Quirino Gouveia de Morais, de nome que faz jus à patente, corre como cavaleiro desde 1980 e como rei desde 2012. A responsabilidade do rei, em relação aos soldados, explica, é se sacrificar para manter a originalidade da tradição, do vestuário e, principalmente, a unidade entre os cavaleiros. “Em primeiro lugar por se tratar de uma festa de cunho social, religioso e cultural”, complementa Juca, que mora no Paraná mas participa, pelo menos uma vez por mês no ano, em Corumbá de Goiás, da organização das Cavalhadas.
A dedicação de Juca Quirino à festa está mais para paixão do que para um sacrifício exigido pela posição de rei. “Os cavaleiros vivem as cavalhadas durante o ano todo porque temos os cavalos para cuidar, as roupas para manter e nos nossos encontros o assunto é só este, feito uma paixão”, ressalta.
Para o fazendeiro Nelcy Martins, participar das cavalhadas como 1º soldado é “amar demais” o que faz. “Eu me sinto feliz e honrado por correr durante 38 anos seguidos no espetáculo e queria ter, hoje, 20 anos de idade para correr mais 40 pela frente, diz entusiasmado. Aos 62 anos, ele admite que um dia terá que se aposentar, mas sempre mantém o desejo de que essa tradição perdure.
Assessoria de Comunicação
Ana Guaranys
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