Moradores da comunidade Água Branca, em Silvânia, aprendem artesanato usando fibra de bambu

“Nota dez para a iniciativa, conteúdo e participação”. Essa é a avaliação que a professora Sandra Mares Correia fez do curso de artesanato com fibra de bambu, realizado pelo Senar Goiás (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o Programa de Educação Ambiental (PEA) da Corumbá Concessões S.A., na comunidade Água Branca, Silvânia, de 18 a 21 de julho. A atividade aconteceu na Escola Municipal Crispim Marques Moreira, com a participação de cerca de 10 moradores, que foram capacitados na produção de artesanato derivado do bambu, com o intuito de geração de renda.

Para Sandra Mares, o aprender não ocupa espaço e trabalhar com essa matéria prima foi gratificante, mesmo com o lado difícil e trabalhoso de usar a faca para talhar o bambu, devido à falta de prática. “Nunca havia pensado que eu poderia produzir peças tão lindas. Antes do curso, algo que parecia simples, como uma cesta, por exemplo, agora tem muito mais valor aos meus olhos, porque sei como foi feita, o capricho, dedicação e o tempo gasto na confecção da peça”, comentou. Ela disse que vai produzir peças para decorar a casa. “Se irei comercializar, só o tempo vai dizer”, concluiu.

No Brasil existem cerca de 250 espécies de bambu, sendo a maioria apropriada para trabalhos artesanais, segundo informação do artesão instrutor do Senar, Antônio Gomes da Silva. No primeiro dia, o grupo foi a campo para conhecer e aprender como extrair o bambu jardim, espécie utilizada na atividade, que é a melhor para confeccionar peças de menor porte, como bandejas, luminárias, porta canetas, cinzeiros e cestas, feitas durante o curso. No tratamento da madeira é usado óleo diesel ou de cozinha, e depois a superfície do bambu é queimada com maçarico para evitar caruncho. Depois vem a etapa dos cortes da fibra, com faca ou serra, conforme o objeto a ser confeccionado.

Na avaliação do instrutor, a oficina foi muito positiva Dentro dos objetivos do curso, ele observou que alguns participantes estão se propondo a dar continuidade ao aprendizado e fazer disso uma fonte de renda. “Falei para eles que muitas comunidades rurais estão ganhando dinheiro com esse artesanato”, disse.

Para Marilda do Carmo Lobo, o curso foi “ótimo”. Ela está animada com a possibilidade de produzir artesanato de bambu para comercializar, em parceria com outras famílias de Água Branca. Para isso, ela disse que já está de olho nas muitas touceiras de bambu jardim da fazenda do sogro. “Hoje nós valorizamos a atividade porque sabemos o trabalho e o retorno que ela dá”, finaliza.

Julho/2016

 

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