Duas capacitações do Programa de Educação Ambiental (PEA) foram realizadas, no início de abril, pela Corumbá Concessões. No dia 5, alunos do ensino médio do Colégio José Paschoal da Silva, em Silvânia, participaram de curso formador de agentes ambientais, que abordou o tema: “Desenvolvimento, Cultura e Meio Ambiente – da realidade que temos ao futuro que queremos”. No dia 7, moradores da comunidade Pirapitinga, em Luziânia, participaram do curso Resolução de conflitos – a questão dos Resíduos Sólidos.
Agente voluntário
Para defender ativamente uma causa é preciso conhecer sobre o assunto de interesse. Foi assim que os estudantes de Silvânia, com idade entre 13 e 16 anos, foram estimulados para atuarem na escola, família, comunidade e município como agentes ambientais voluntários. Durante o curso, eles ampliaram a visão ambiental sobre assuntos como o desenvolvimento, industrialização e crescimento econômico, e perceberam de que forma o Cerrado entra no contexto das crises hídrica e energética.
Depois de participar das palestras e de trabalhos em grupo e de assistir a filmes sobre a relação natureza-sociedade, o aluno Igor Santos Costa, 16 anos, resumiu sobre o que aprendeu sobre cidadania: “Eu percebi que, como cidadão, tenho o direito de aproveitar bem o meio ambiente onde vivo e o dever de olhar a natureza de uma forma mais cuidadosa, consumindo menos para gerar menos lixo, e preservando os recursos naturais. Vi que também posso influenciar outras pessoas a fazerem o mesmo”.

Igor citou como exemplo a água potável, que já está faltando em muitos lugares e deixou um recado: “Quando nós descuidamos das nascentes e rios, estamos assinando a nossa sentença de morte, pois esse recurso vai ficando cada vez menos acessível”. Como agente ambiental voluntário, ele pretende fazer a separação do lixo junto com a família, economizar água e luz, reduzir as compras, e cobrar mais da prefeitura ações como coleta seletiva de lixo.
A atuação dos alunos se estende a outros projetos, dentro das orientações da professora e bióloga Sueli do Carmo Lobo, do colégio José Paschoal. Ela trabalha com o programa Jovem Cientista, de práticas de laboratório na matéria citologia, e desenvolve projetos ligados às questões dos lixos doméstico e tóxico, entre eles o que faz o reconhecimento dos problemas do ambiente urbano, como o grande número de voçorocas que existe em Silvânia.
“A cidade surgiu da atividade de garimpo do ouro, na época dos escravos, que deixou a cidade com o solo frágil, com muitos buracos, dando lugar ao agronegócio, com as monoculturas de soja e milho”, explicou. Ela disse que realiza visitas mensais com os alunos para fazer o levantamento da aceleração da degradação do solo causada pelo desmatamento e extração de areia dos rios, entre outros processos. A situação das nascentes do município “vai de mal a pior”, ressaltou a professora. Como uma solução possível para a escassez da água, Sueli Lobo propõe canalizar água da Floresta Nacional (Flona), que fica a 7 km da cidade, por declividade e a baixo custo. Outro projeto em que todos os alunos estão envolvidos é o de fabricação ecológica de moradia popular, através de paredes de placas de polietileno (garrafas pet). “Estamos trabalhando numa maquete e pretendemos instalar na praça principal de Silvânia, em novembro deste ano, um protótipo de casa, que poderá chegar ao custo de R$ 7 mil”, planeja.
Resíduos sólidos
Em Luziânia, no dia 7 de abril, 60 moradores da comunidade Pirapitinga se reuniram para discutir sobre o tema resíduos sólidos e buscar, juntos, soluções para essa questão na área rural. Partiu deles o pedido para a Corumbá Concessões levar o curso à comunidade que constou de palestra e debate sobre a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) e exibição do vídeo A história das coisas. Na avaliação da moradora e dona de casa Judite Barbosa Camargo, o curso foi “maravilhoso e muito além das expectativas”.
Na opinião dela, a questão do lixo descartado incorretamente na beira das estradas de acesso ao lago de Corumbá IV e a falta de coleta na área rural, pela prefeitura, são alguns dos problemas que os moradores enfrentam. Perguntada se esse lixo é gerado pelos turistas que frequentam o lago, dona Judite admitiu que, embora muitos joguem a responsabilidade nas pessoas de fora, há muitos da comunidade que contribuem para isso. “Como não existe coleta de lixo aqui, as pessoas não sabem o que fazer com ele”, explicou.

O professor aposentado Noé Rabelo, uma das lideranças da comunidade, também faz uma avaliação positiva do curso. “A palestra foi motivadora e alertou os participantes sobre os cuidados com o social, para não deixarmos que esse lixo continue enfeando a nossa paisagem, o lago de Corumbá IV. Por isso vamos tentar uma parceria com a prefeitura para que ela coloque contêineres e colete o lixo na área rural, que é a nossa maior preocupação hoje”.
“Foi uma alegria muito grande ver tantos moradores participando desse curso, que mostrou a todos que os problemas daqui têm e podem ser resolvidos pela própria comunidade unida”, disse Jorge Meireles, presidente da Cooperativa das Associações de Pequenos Produtores de Luziânia (Caprul). Para ele, cada parte tem a sua responsabilidade na solução das questões: os turistas (responsáveis por 90% do lixo jogado pelas estradas) e os moradores devem descartar corretamente os resíduos que geram; e a prefeitura deve fazer a coleta na área rural.
Assessoria de Comunicação / Corumbá Concessões
Ana Guaranys
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17/04/2017