O projeto Mãos Produtivas: Comércio institucional de alimentos na agricultura familiar realizou uma capacitação técnica sobre o tema “Conhecendo as famílias e variedades das hortaliças” para os agricultores de Novo Gama, em 31 de outubro, na sede da Associação Rural Riacho Doce. O projeto é implementado para os 28 participantes desde abril deste ano, pela Corumbá Concessões, com o suporte técnico e jurídico da Cooperativa do Indaiá (Coopindaiá), de Luziânia.
O curso teve a participação da professora Tatiane Leal, diretora da Escola Estadual Professor Benedito Viveira de Sá, que está adquirindo produtos dos agricultores do projeto, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para a merenda escolar. Os participantes receberam, também, a visita das vereadoras municipais Ilma do Baduque e Vera do Boa Vista, com o objetivo de conhecer melhor o Mãos Produtivas.
Os produtores receberam informações técnicas sobre as famílias e variedades de hortaliças e suas nomenclaturas científicas; e sobre a rotação de culturas. Eles aprenderam a respeito do tempo de plantio, conforme cada variedade e espécie; nutrientes para as plantas e para correção do solo; irrigação, adubação e ponto de colheita. O curso focou nas espécies de hortaliças mais comuns na região, conforme a demanda das escolas compradoras.
Curiosidades
Algumas curiosidades chamaram a atenção dos participantes, a exemplo da melancia, conhecida como fruta, mas que é classificada dentro do grupo botânico de hortaliças. Segundo o engenheiro agrônomo Diego Pereira Nonato, da Coopindaiá, embora ela contenha muita água, exige uma boa irrigação, mas não se dá bem em solo encharcado para não apodrecer. “Em tempo chuvoso, a orientação é colocar madeira debaixo da melancia para a fruta não estragar”, disse. Ele explicou que se aproveita tudo das hortaliças, em sua maioria, desde as raízes, batatas, caules e folhas, até as flores, que são muito apreciadas em saladas exóticas.
O presidente da Coopindaiá, técnico agropecuário Luciano Andrade, falou sobre a rotação de cultura e plantio consorciado, que são técnicas utilizadas no plantio agroecológico (sem uso de defensivos agrícolas) para “enganar” os insetos que vão comer as plantas. Ele ressaltou que ao contrário, no plantio convencional, o inseticida aplicado mata todos os insetos da horta, inclusive aqueles que são benéficos, como a joaninha. Andrade explicou que as pragas da cebolinha não são as mesmas que atacam a alface e o coentro, por isso essas espécies devem ser plantadas juntas. Outra orientação é plantar hortaliças diferentes após a colheita, de forma rotativa, para que não haja doenças na horta.
Plantar fumo nas bordas dos canteiros, segundo Luciano Andrade, é uma outra dica importante de defensivo natural para as hortaliças, muito usada pelos produtores antigos. “A planta do fumo vai funcionar como quebra-vento e, como tem folhas pegajosas, elas vão prender e matar os insetos que entrarem no canteiro”, explicou.
A diretora da Escola Professor Benedito de Sá, Tatiane Leal, participou do curso para conhecer os produtores que fornecem alimentos para a escola. “Avalio como muito importante esse conhecimento técnico que está sendo repassado a eles, que já sabem na prática sobre o cultivo dos produtos”, disse. Ela observou que, além de demonstrarem unidade, eles trocam informações entre si. “Chamou a minha atenção o empoderamento feminino que o projeto está conseguindo aqui, onde a maioria dos produtores são mulheres. Eu me sinto privilegiada por participar desse processo”, ressaltou.
Tatiane Leal convidou o grupo do projeto para ir à sua escola para mostrar aos estudantes (um total de 1.016) a importância do consumo dos alimentos plantados pelos produtores de Novo Gama, que movimentam a economia local. “A ideia é que eles possam conhecer o valor nutricional dos alimentos e valorizar o trabalhador do campo, para que queiram, futuramente, ajudar os pais na lida rural”, disse.
Os participantes do projeto preparam a documentação e a produção para participarem do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – estadual e municipal -, em 2020. Durante os trabalhos, a presidente da Associação dos Produtores Rurais do Riacho Doce, Claudia Gouveia, anunciou aos participantes que foi aprovada a criação de um conselho, com representante das três associações (Riacho Doce, Chácaras Paulistas e Jacumã/Jarumã), ratificando a participação de oito produtores do Mãos Produtivas no PAA, para venda institucional de alimentos ao Centro de Referência e Assistência Social (Cras).
Para o início do plantio, a Corumbá Concessões doou sementes de abóbora, batata inglesa, tomate, entre outras, com a previsão de entrega no dia 11 deste mês. Para a analista ambiental Marinez de Castro, a companhia vem desempenhando um papel relevante no município à medida que teve a iniciativa de levar o projeto para os produtores locais. “A Corumbá formatou o modelo do projeto e contratou profissionais da área para a execução em campo. Estamos, continuamente monitorando e participando das capacitações e esperamos que a comunidade avance no projeto, para cada vez mais melhorar a renda familiar. Esse é o nosso objetivo”, disse.
Ao final da capacitação, foi feito o cronograma de plantio. Até lá, cada produtor irá preparar os seus canteiros para, depois, fazerem o plantio em mutirão, em cada propriedade, com o acompanhamento dos técnicos do Mãos Produtivas.
Ana Guaranys
Assessoria de Comunicação
Corumbá Concessões
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01/11/2018