Produtores de Pontezinha, em Santo Antônio do Descoberto, aprendem técnicas para controlar pragas do pomar

O Controle das pragas das frutas foi o tema do curso que a Corumbá Concessões realizou para os produtores de Pontezinha, em Santo Antônio do Descoberto, em 13 de fevereiro. O curso foi uma das capacitações do projeto Mãos Produtivas – Comércio institucional de alimentos na agricultura familiar, que faz parte do Programa Alternativa Produtiva.

A propriedade de Ronan Pereira Braga, presidente da Associação da Comunidade Rural Pontezinha (Corpo), foi escolhida para sediar a capacitação porque o pomar dele está com muitas plantas prejudicadas, em especial as goiabeiras, com 100% de frutas bichadas. Os técnicos Danúbia Carrilho e Cássio Meireles, da Coopindaiá, de Luziânia – executora do projeto -, falaram sobre as principais doenças das plantas; o ciclo de vida das moscas-das-frutas, desde a postura do ovo até a fase adulta, conforme a espécie, o tipo do fruto e do clima; e ensinaram técnicas alternativas de controle dos insetos.

A bióloga Danúbia Carrilho destacou as principais espécies que mais causam danos na fruticultura, como a mosca-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata); a mosca-sul-americana (Anastrepha fraterculus); a mosca-da-carambola (Bractocera carambolae); e a mosca-do-vinagre (Drosophila suzikii), que é uma nova ameaça à fruticultura. Segundo Danúbia Carrilho, a espécie Ceratitis é a mosca que mais tem trazido prejuízo econômico nas lavouras do Centro-Oeste. O inseto bota os ovos na flor da planta, os ovos viram pupa, larva e moscas que, depois entram no fruto.

No caso do pomar de Ronan Braga, ela explicou que foi realizada uma poda no pomar da propriedade, há cerca de seis meses, que aumentou a qualidade das plantas e a quantidade de goiabas. Mas, por falta de manutenção, as pragas começaram a atacar as frutas. Na sua avaliação, houve falta de cuidado com a parte sanitária do solo e das plantas e o uso incorreto de armadilhas para capturar moscas.

Controle biológico

Os participantes aprenderam a confeccionar armadilhas simples e baratas para controlar insetos, feitas de garrafa pet. Cada um construiu a sua, fazendo diversos furos na parte superior da garrafa e colocando cerca de 50 ml de suco adocicado para atrair as moscas, que ficam presas na embalagem. Outras técnicas ensinadas foram a preparação da calda bordalesa, feita à base de sulfato de cobre, cal virgem e água, para passar no tronco das árvores; e uma mistura de água com óleo da planta Neem, para aplicar durante a florada. No final dos trabalhos, o grupo foi ao pomar para instalar as armadilhas e fazer a aplicação da mistura de Neem.

O curso orientou também os produtores a fazerem ações fitossanitárias que ajudam a prevenir doenças e pragas nos animais da propriedade. Algumas dicas repassadas foram: Limpar o chão debaixo dos pés de frutas e incinerar ou fazer compostagem do material; sanear todo o terreno com mistura de água e creolina; pulverizar o solo com cal virgem uma vez por ano; e plantar pés de fumo em locais próximos às plantas.

Experiências

A produtora Vivaldina Pereira Botelho relatou ao grupo como conseguiu acabar com os bichos nas mangas, usando a intuição. Ela conta que retirou as frutas podres e bichadas debaixo das mangueiras, colocando o material na composteira. “Não sabia que essa era uma técnica boa, mas a experiência me mostrou que dá resultado, tanto que na próxima safra, as frutas estavam todas sadias”.

Outra experiência positiva que ela teve foi com a aplicação da mistura de urina de vaca, flores de cravo de defunto e de bougainville. “A ideia de acrescentar o bougainville fui eu que inventei, pois observei que nenhum inseto ou doença atacava essa flor. E o resultado foi ótimo, as plantas ficaram mais bonitas, as folhas luminosas e as frutas sem bicho”, disse.

Das frutíferas cultivadas por Ronan numa área de cinco hectares, as goiabeiras é que estão dando mais trabalho e prejuízo. Segundo ele, dos 26 pés, nenhum fruto ficou livre dos insetos. Mas com o aprendizado do curso, ele espera reverter o problema, “para não ter que substituir as goiabas por outros frutos”.

O sr. José Pedro de Souza está otimista com as orientações que recebeu, pois ele também sofre com os danos causados por insetos, principalmente nas hortaliças. “Eu tenho prejuízo quando não consigo vender os produtos que não estão bonitos e saudáveis. Com o que aprendi hoje vou poder plantar alimentos orgânicos com mais qualidade”, disse.

A analista ambiental da Corumbá Concessões, Marinez de Castro, falou sobre a importância do conhecimento repassado aos produtores de Pontezinha: “O assunto é muito amplo, a diversidade de insetos que atacam as lavouras é muito grande e, nesta capacitação, conseguimos mostrar aos produtores que no cultivo de alimentos agroecológicos há uma grande variedade de técnicas que podem ser aplicadas com a intenção de diminuir perdas econômicas.”

Para o técnico agrícola e gestor de agronegócio, Cássio Meireles, a avaliação da capacitação foi positiva. Na sua opinião, a fruticultura tem sido uma boa oportunidade para os produtores de Pontezinha agregarem valor aos produtos que cultivam e comercializam institucionalmente no município para a merenda escolar, através do Mãos Produtivas. “As frutíferas já nascem naturalmente nas propriedades rurais e podem significar mais um ganho para eles. Com as receitas que ensinamos, eles poderão melhorar ainda mais a qualidade das frutas e aumentar a renda”, finalizou.

Ana Guaranys

Corumbá Concessões

14/02/2020

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